(...) "A Transmutação
Diante da doença existe uma lei universal e que podemos sempre por em prática:
"Não se destrói o mal."
É nossa alma que permite a sua existência por causa das suas próprias fraquezas; devemos, então, não aniquilá-lo ou afastá-lo, mas substituí-lo pela luz que, ao tomar o seu lugar, transmutará a sombra.
Essa noção deve estar sempre presente em nossas mentes e corações quando praticamos qualquer terapia, pois, ao utilizar o tipo de método aprendido, nosso estado de espírito assemelha-se àquele do alquimista que vai transformar o chumbo em ouro.
Nosso intuito não é destruir, arrancar, retirar o que quer que seja; operamos no amor e por amor, e é a luz que o compõe que deverá, pouco a pouco, substituir as zonas de sombra que deixamos instalarem-se em nós.
Pode acontecer de certos terapeutas, e mesmo certos doentes, odiarem o mal que carregam ou que pensam que devem combater. Trata-se de um erro grosseiro, mesmo que compreensível, humanamente falando.
Também neste caso é preciso impregnar-se das leis cósmicas que, invariavelmente, continuam sua trajetória para além de nossa compreensão.
Quanto mais enviarmos pensamentos de ódio, de cólera, de rancor a quem nos machuca, tanto mais reforçamos a ação dessa pessoa e enfraquecemos a nossa.
Lembrando o itinerário de viagem das formas-pensamento, fica mais fácil compreendermos como um pensamento de ódio ou inconformidade vai atrair para nós outros pensamentos dos mesmos tipos e nos embrutecer consideravelmente, obscurecendo por um momento a luz com que poderíamos nos reconstruir interiormente.
Além disso, essa forma-pensamento vai alimentar e entreter o mal contra o qual lutamos muitas vezes sem muita habilidade.
Atitude Exterior
"Boa vontade não basta..."
Difícil estabelecer uma separação entre atitude interior e atitude exterior.
As duas estão estritamente ligadas e se sustentam, mas é necessário abordar o lado mais técnico, ao menos para quem está começando. A técnica não é, na verdade, senão um suporte para alguma coisa que está além de nós e que aos poucos há de instalar-se em nós. Entretanto, vemos muito freqüentemente pessoas animadas, de enorme boa vontade fazerem qualquer coisa a pretexto de ouvir o coração.
Somos feitos de diversos elementos físicos e sutis e não devemos negligenciar nenhum deles em proveito de outro.
Todo padrão mental, psíquico e físico está a nosso serviço, isso é uma lei da Natureza, conseqüentemente do Universo e nossa vontade como resposta do padrão segue essa mesma lei universal, portanto, utilizar a lei em benefício do próximo é uma atitude exterior que antes de ser colocada em prática, os seus sentimentos mais íntimos são previamente ativados, codificados e transformados em reações em relação a qual atitude terapêutica tomar junto ao cliente.
"De boas intenções o inferno está cheio". Para tornar-se um bom terapeuta, somente boa vontade não basta!
Mesmo que todo o Amor do mundo esteja latente em você, é preciso ainda fazê-lo florescer e aceitar humildemente a aprendizagem necessária e os conhecimentos dos mundos sutis que impossibilitam virmos a transgredir certas leis sem sofrer ou provocar conseqüências.
Atualmente, os habitantes da Terra, em sua grande maioria, funcionam no nível do terceiro chakra. Isso significa que muitas vezes o nosso modo de amor é humano demais e perpassado de emotividade.
Esse amor, por mais válido que seja, não nos vai proporcionar o distanciamento necessário, a ponto de nos isentar de aprender, pois com ele ainda podemos ter a idéia, também latente, de "controle".
Da mesma forma que um excelente pianista pode improvisar com sucesso, se quiser, porque antes estudou suas escalas, assim também cada terapeuta poderá ir além das técnicas para proclamar o que sente profundamente, desde que tenha algo a ultrapassar, isto é, desde que tenha, ele também, "estudado suas escalas".
É sempre muito curioso ouvir pessoas que pensam que podem fazer ou dizer qualquer coisa a pretexto de alcançar planos mais sutis do que aqueles nos quais costumamos "trabalhar".
Buscar o "sutil" não significa caminhar ao acaso, ou agir conforme o humor ou a disposição do momento. Temos em nós todas as capacidades e podemos despertá-las, mas quando negligenciamos essa consciência, estamos negligenciando a "neutralidade" em relação ao atendimento, agindo assim esquecemos da "compaixão".
Certamente não aprendemos a desenvolver isso tudo da mesma forma que aprendemos matemática ou história.
As lições são sempre muito práticas e a vida se encarrega de colocá-las no nosso caminho até que tenhamos compreendido o que tínhamos para aprender... Mas trata-se sempre de um aprendizado e não podemos deixar de considera-lo; da mesma forma que, para aprender a ler e a escrever, precisaremos de um pouco de tempo e de perseverança, mesmo fazendo dessa atividade algo agradável, o que é o ideal.
Assim, procurar entender a arte da terapia, seja ela qual for, é procurar entender a arte da neutralidade absoluta, afastar ajuizamentos, idéias concebidas ou preconcebidas de certo ou errado, de bom ou ruim, de eu e você, precisamos entender definitivamente que não estamos aptos ao controle ou as idéias contraditórias.
Dificilmente entenderemos o porque das nossas próprias situações de vida, menos ainda de quem estivermos atendendo.
Somos apenas canais de uma Inteligência Infinita. Para que estes canais estejam sempre limpos não devemos opinar ou imprimir nossa verdade ou pseudoconhecimento, mas antes, mostrar possibilidades.
As escolhas, dentro da lei do livre arbítrio, sempre caberão ao cliente e não ao terapeuta."
Autor: Anne Meurois-Givaudan
Fonte: Leitura de Auras e tratamentos Essênios
Tradução: Maria Ângela Casellato
Editora: Pensamento
Fonte:http://www.humaniversidade.com.br
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