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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Dinheiro e espiritualidade: será que são incompatíveis? por André Lima



"Muitas crenças, que em sua maioria tem origem em interpretações equivocadas de religiões e filosofias espiritualistas, geram um conflito na relação entre o dinheiro e espiritualidade. 

Cria-se uma separação entre o material e o espiritual. Minimiza-se, também, a importância da parte material, como se devêssemos deixá-la de lado se realmente quisermos crescer, provocando culpa em prosperar. Para muitos é ainda mais radical. É como se os bens materiais fossem um grande obstáculo para o desenvolvimento. Quem vive de forma próspera e abundante é visto como alguém que não despertou, egoísta, perdido, apegado... Para quê ter tanto se a vida é tão passageira e o mais importante é a nossa essência? 

Concordo que a essência do ser humano é o que ele tem de mais valioso. O imaterial, a consciência ou a parte espiritual, como queira chamar, vem sendo negligenciado e isso tem provocado muitos desequilíbrios e uma busca desenfreada por bens materiais por parte de muitas pessoas para preencher o vazio interior que sentem.

Tudo que é material é passageiro, enquanto que o imaterial é eterno. 
Entretanto, estamos vivendo uma experiência concreta neste momento, no mundo material. Esse lado tem a sua importância e deve ser valorizado, sem termos que perder o contato com a essência. Ter uma vida voltada apenas para o material é um desequilíbrio, mas é também igualmente um desequilíbrio valorizar somente a parte espiritual. O ideal seria balancear os dois lados. E o que isso significa? Do lado material, significaria viver uma vida material média ou modesta? Como você se sentiria se progredisse muito financeiramente? Seria como se estivesse se afastando da espiritualidade? 

Por trás dessas crenças existem muitas outras que relacionam o dinheiro às coisas negativas: dinheiro causa corrupção, exploração, desonestidade, egoísmo, guerras, brigas, pobreza etc. Somando tudo isso, chega-se à conclusão de que o dinheiro afasta o ser humano do caminho espiritual. 

No livro “A mente milionária, sem segredos” de Thomas J. Stanley, Phd, o autor fez uma pesquisa com mais de 700 milionários nos Estados Unidos para traçar um perfil sobre seus estilos de vida e como enriqueceram. Vários pontos interessantes podem ser observados: 

- A maioria deles enriqueceu em única geração, ou seja, não herdaram bens. São vistos como pessoas honestas pelos funcionários, parceiros e sociedade. Mais da metade dos milionários credita boa parte do seu sucesso ao princípio de ser honesto com todas as pessoas, assim ganham confiança e credibilidade e as oportunidades crescem sempre. 

- A maioria é envolvida em causas sociais e de ajuda ao próximo e fazem doações significativas regularmente. E para quem acha que eles fazem isso porque são ricos, o que acontece é que eles já faziam isso desde a época das vacas magras. Já falei antes sobre doação. É um comportamento de uma mente próspera que confia na abundância e o resultado disso é atrair riqueza. 

- São vistos como pessoas que valorizam e respeitam os seres humanos. Isso também está conectado com o item anterior da honestidade. 

- A maioria trabalha mais do que a média, mas não se mata de trabalhar e investe tempo de qualidade com a família e tiram férias regularmente. 

- Amam o que fazem. Daí também se explica o motivo de trabalharem mais do que a média. Quando se ama o que se faz, o trabalho é também fonte de prazer. Prazer em executar um trabalho que presta um bom serviço ou produto à sociedade, contribuindo para o seu crescimento. 

É claro que deve haver pessoas que fogem desse perfil, mas essas foram características encontradas na maioria, é um perfil médio. Podemos perceber no que foi citado acima várias qualidades que são vistas em pessoas espiritualistas. Ser espiritualista, na verdade, contribui para aumentar a prosperidade, a não ser que estejamos contaminados com crenças que relacionam o dinheiro a coisas negativas ou com problemas de autoestima; se estivermos, sabotaremos nosso crescimento material. Esse é o problema de boa parte das pessoas que se dizem ou são vistas como espiritualistas. 

Uma prosperidade realmente sólida, crescente e ilimitada só se constrói com honestidade, respeito e com um trabalho que contribui para o bem-estar da sociedade. Quanto mais pessoas ajudamos com o nosso trabalho, mais enriquecemos. 

No entanto, na mídia vemos constantemente notícias de pessoas ricas desonestas, exploradoras, gananciosas e ficamos com uma impressão generalizada de que a maioria é assim. É claro que existem pessoas que agem dessa maneira. No meu ponto de vista, elas poderiam alcançar resultados melhores e mais duradouros se agissem de outra forma. 
Além disso, não é a maioria. Infelizmente, somos atraídos por notícias negativas e o que vemos na televisão é um retrato filtrado da realidade, onde é mostrado o que há de pior na maioria das vezes. Honestidade raramente será motivo para se fazer uma matéria jornalística. 

À medida que enriquecemos, podemos proporcionar cada vez mais bem-estar para nós mesmos, para nossa família e para quem quisermos. Podemos, inclusive, investir em livros, cursos, trabalhos terapêuticos e viagens que nos trarão ainda mais crescimento espiritual (atenção, se você estiver sem dinheiro, isto não serve de desculpa para não ir em busca de crescimento espiritual, pois existem muitas boas fontes, até de graça). 

O dinheiro nos permite fazer o bem em uma proporção muito maior. Se você gosta de fazer o bem, invista no conhecimento sobre a prosperidade, liberte-se das crenças negativas, enriqueça e assim você poderá concretizar objetivos maiores."
 
Autor:Andre Lima.
 Especialista em Desenvolvimento Pessoal e Profissional com aplicação da Técnica EFT, EFT Practitioner, Terapeuta Holístico e Engenheiro

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